Por Joyce Peu

Por Joyce Peu

Natalia.
Fragmentos miúdos quase emudecidos.
Fragmentos de ruídos silenciosos que insistem em movimentar-se na inércia.
Fragmentos lapidados pelos percalços do estar no mundo.
Fragmentos zombeteiros que teimam em ser amálgama. Poética no seu existir.
Aprofunda-se nas entranhas da vida, sente seus pesares. Arrasta vísceras. Asco. Denuncia marcas dentre as quais as mais profundas não são vistas a olho nu pois requerem nudez de alma.
Natalia, autora e obra. O sangue que lhe escorre faz-se combustível.
Tragédia?
Arte sublime. Natalia Bonfim, artista da vida. E da morte. Artista do existir.
Natalia.
Herdeira de um Bonfim que a nomeia e a contradiz.
Um Bon fim frag men ta do.

À posteridade deixará inequívoca certeza: a busca por um Bom Começo sempre pode preceder o inevitável

fim.

Joyce Peu

 

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