Quanto vale ou é por quilo? (2005)
Livre adaptação do conto "Pai contra mãe", de Machado de Assis, entremeado com pequenas crônicas de Nireu Cavalcanti sobre a escravidão, extraídas dos autos do Arquivo Nacional do Rio de Janeiro.
Favela: anúncio (peça) feito por uma agência publicitária para o Instituto akatu.
"Seu descaso é tanto que nem reparou que a imagem está de cabeça para baixo."
- retirado do site https://www.akatu.org.br :
"A peça 'Favela' destaca o tema da responsabilidade social, chamando a atenção para o poder transformador do consumidor na hora da compra."
Atenção para esta parte: "chamando a atenção para o poder transformador do consumidor na hora da compra." Como assim??? A ONG está pensando na favela ou no consumidor?!? No consumidor!!!
O absurdo disso é muito bem abordado no filme "QUANTO VALE OU É POR QUILO?".
"A miséria é o combustível de um novo comércio de atacado. Com o nome social de Terceiro Setor, esse mercado - composto por empresas (ou ONGs, como são chamadas) - tenta preencher a ausência do Estado em atividades assistenciais, transformando as pautas sociais em verdadeiras feiras de negócios."
"QUANTO VALE OU É POR QUILO? Aponta a câmera para a falência das instituições no país, fazendo uma contundente analogia entre o antigo comércio de escravos e a exploração da miséria pelo marketing social: a solidariedade de fachada. O que vale são os lucros. Sociais, políticos e, principalmente, econômicos."
Atenção para esta parte: "O que vale são os lucros."
Obs.: o filme não fala do anúncio aqui em questão (o "Favela"), nem poderia. A associação dos dois foi por minha conta. Reclamações no segundo guichê à esquerda.
In Memorium: Ariclê Perez