Wilbur quer matar-se

Wilbur quer matar-se

Wilbur quer matar-se (2002)
Um filme indulgente que eleva as relações humanas ao seu estado mais depurado e harmonioso (não se deixem enganar pelo título). Um filme que respira vida e que faz bem. Evitando o que é supérfluo, tanto agrada a quem quer apenas desligar-se e saborear uma boa história, como a quem quer aprender algo de mais profundo.


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SE TE QUERES MATAR
(Álvaro de Campos)

Se te queres matar, por que não te queres matar?
Ah, aproveita! que eu, que tanto amo a morte e a vida,
Se ousasse matar-me, também me mataria...
Ah, se ousares, ousa!
De que te serve o quadro sucessivo das imagens externas
A que chamamos o mundo?
A cinematografia das horas representadas
Por atores de convenções e poses determinadas,
O circo policromo do nosso dinamismo sem fim?
De que te serve o teu mundo interior que desconheces?
Talvez, matando-te, o conheças finalmente...
Talvez, acabando, comeces...
E, de qualquer forma, se te cansa seres,
Ah, cansa-te nobremente,
E não cantes, como eu, a vida por bebedeira,
Não saúdes como eu a morte em literatura!

Fazes falta? Ó sombra fútil chamada gente!
Ninguém faz falta; não fazes falta a ninguém...
Sem ti correrá tudo sem ti.
Talvez seja pior para outros existires que matares-te...
Talvez peses mais durando, que deixando de durar...

[...]


Poema completo:

www.revista.agulha.nom.br/facam16.html